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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

The kid's allright





Sonhei que eu tava lutando com facão, sonho muito real, eu era um pirata e o sonho foi NADA parecido com Piratas do Caribe: não tinha romance nem diversão. Passei a noite inteira com esse sonho tenso, facões, cortes feios. A loucura de tudo é que no final da noite eu tava lutando muito melhor do que no início e ninguém mais me acertava, e eu cheguei pro meu cunhado e disse: "acho que eu to me tornando um bom pirata".

A última cena do sonho eu tava na frente duma pia, com cortes fundos no braços, muito sangue, limpando eles com água, e eu não sentia dor, mas sentia o sangue quente escorrendo, e via ele brotando aos montes. Eu tava feliz, eu era um pirata feliz, cansado. Eu lembro de ter feito maldades bizarras nesse sonho que eu obviamente não faria na minha vida comum, e que no sonho, depois de ver o resultado das minhas atrocidades nas pessoas eu me arrependi, eu me senti um monstro. Acho que isso prova que o meu discernimento nesse ponto vai além de razões sócio-culturais.

Na boa: a vida é uma loucura. Posso reiterar isso quantas vezes quiser. Outro dia na saída dum teatro esperando uma amiga eu olhei pro céu e vi umas estrelas, poucas porque a gente tá na cidade. Mas uma estrela bastaria, porque ela tava lá muito além da atmosfera e muito além de uma compreensão real pela ciência atual e senso comum, mas tava lá deixando bem claro que a vida além da nossa vida-padrão é infinita e gigantesca, muito misteriosa. Confissão: se eu tivesse mais à flor da pele nesse hora eu chorava. Não chorei. E eu NÃO vo com a cara do Carl Sagan, nem do Fritjof Capra >=P