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quarta-feira, 30 de março de 2011

De onde eu acabei de sair




Love will tear us apart


Eles trabalham com ilusões, venda de. [EDIT. 07/04/2011 - E qual é o vendedor que não vende ilusões?]

Eles são bons nisso, em vender ilusões.
Eles são mais ou menos quatro, 3+1 pra ser preciso.
E esse 3 é, na verdade, 1+1+1. Sempre vai ser.

Dissequemos: um deles constrói e vêm construindo uma realidade sobre bases sólidas. Esse é o 1 do 3+1.

Vamos aos outros 3: um anjo decaído, uma fada e um guerreiro experiente. 1+1+1=3
O anjo decaído, o grande ilusionista da história. Ele aparece do nada, faz mágica, encanta. Todo mundo quer mais. Mas ele já desapareceu, na mesma fumaça que ele usou pra entrar em cena. Quer mais? A fadinha tá ali, batendo as asas rapidinho, com a cara mais amigável e querida que tu já viu. Ela te ouve, ela responde, e ela também é encantadora, uma doçura. E dando suporte, apoio e força pra eles, o guerreiro é a própria impressão da solidez.

O 1 é o que existe de verdadeiro ali. Os 3 são a ilusão. O 1 se deixou levar pela ilusão de algo muito melhor, ainda que já tivesse algo de muito bom. Talvez ele esteja percebendo que se tratava de uma ilusão. Ou talvez, quem sabe, não seja uma ilusão, e esse texto é um grande engano e o tolo seja eu.

Eis o quadro.

Os quatro: (1+1+1)+1 = 1
Os quatro são um. Eles são a persuasão, uma quinta entidade, o produto sinergético da cumplicidade de quatro pessoas em torno de uma busca comum, material.

MAS

ilusões são ilusões.

Às portas do céu, é onde eles vão bater quando a tsunami do tempo levar o castelo de areia deles.

E, como uma aparição sobrenatural rápida mas inegável nos mostrando que a gente não tá sozinho no mundo, um movimento divergente nos últimos dias causou um desconforto profundo na alma da quinta entidade. Um silêncio nada desconfortável, mas muito inquieto tomou conta da sala, aonde essa entidade veste o véu de solidão e elabora suas lindas e confortáveis ilusões. O silêncio era um flash da realidade. E cada um agiu e reagiu como pôde. Fêz-se de conta que nada tinha acontecido. O anjo e a fada retomaram assuntos da pauta. E romperam a sinergia, e por um segundo a quinta entidade se viu enfraquecida, confusa. O 1 e o guerreiro seguiram com um assunto informal. Eu, observando tudo como alguém convidado a orbitar essa bela ilusão, e que se negou a fazê-lo, segui com a minha vida.

Eles me inspiram, de verdade. Esse texto não teria sido escrito sem inspiração, que eles me proporcionaram, é um detalhe do que eles são pra mim. Eles são uma manifestação maravilhosa e bela da ilusão. Mas são só uma ilusão, quando poderiam ser uma poderosa realidade.

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