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domingo, 13 de março de 2011

Eu to fugindo!!! Eu to de terno e gravata na beira da praia!!!

A CHANCE DE ESSE TEXTO SE APAGAR ANTES DE ELE SER PUBLICADO EH GRANDE.

Tipo assim: pega o cara ouvindo Mc Catra, viradão e coloca ele pra ouvir Mozart, ou Jazz. Ele provavelmente vai vomitar, de preferência em cima de ti.


Esse texto pode destoar assim, do dia-a-dia.



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Eu to com medo. Porque a porta dos fundos bateu, mas ninguém tinha aberto ela. E eu to sozinho em casa. E a casa eh grande e tem vários quadros sinistros.

E eu  to triste, porque eu não sei, ou sei e não quero falar.

Tinha uma voz que falava e era ouvida, essa voz parou.

Ela era direta, reta, agressiva e suave. Mas ela parou. No lugar dela tem essa outra voz, que tenta tenta e não fala nada.

A nova voz tem medo, muito medo. Tipo medo de não ser ouvida. É um pouco mais poética, mas acho que ninguém quer poesia, o pessoal tá pelo funk.

A outra voz era do deboche, e tinha uma fórmula bem descrita, e essa fórmula ainda existe, só que ela é "pros fracos", que sabem ser ouvidos. Mas ela falava, e era ouvida.

Só que hoje é poesia, e eu odeio poesia, mas to poético. Isso cura com o tempo, o tempo cura uma parte de tudo. A outra parte quem cura é a gente, faz sentido? É só uma teoria na verdade.

Mas o medo eh punk. E eu tenho muito medo. De não ser ouvido. E acho que não o serei. E não o serei. To escrevendo pra mim. A chance de esse texto se apagar antes de ser publicado é grande.

Eh que nem a declaração escrita na areia. E o quê na vida que não eh assim?

O qq não pode ser esquecido ou perdoado?

Medo, vazio, eu to fugindo, agora lembrei! Eu to fugindo!!!

[EDIT 23 de julho de 2012 - esse texto foi escrito em março de 2011, só está sendo publicado em julho de 2012]

2 comentários: