[2a. edição - antigo PUnheta e Deus - parte 1, título alterado e mais algumas coisas interessantes lá no final]
Quando eu tinha uns 11 ou doze anos de idade eu a cada semana mudava de idéia quanto à existência ou não de Deus. Na prática isso só significava sentir ou não culpa por bater punheta [porque esse Deus era tolamente católico], mas no meu pensamento tinha um significado maior: era a diferença entre viver sabendo que alguém maior existe - e que sabe absolutamente muito bem o que faz e cuida de mim em todos os momentos - ou que esse alguém maior não existe - e a gente é tudo abandonado à nossa própria condição, como em uma selva.
Depois minha vida virou videogame, período longo de hibernação existencial, e eu esqueci completamente essa questão de Deus. Aí acordei e vi que o mundo é amplo e cheio de pessoas e que eu não comia ninguém. Começou meu inferno astral, porque eu era anti-social e revoltado e achava todo mundo retardado mental e ao mesmo tempo minha libido era um vulcão. Foi um período cético: o universo era pré-determinado e equações resolviam a grande charada cosmica. Longa treva. Li física quântica (me pergunta qquer coisa), filosofia misturada com matemática e zen budismo e isso bateu no melão. Bastava. Eu concordava e não era cegamente, é porque era lindo e perfeito em si igual as Panicat (pelo menos na aparencia). Buda era o cara e se ele falava em reencarnação, eu, mesmo brigando contra meus princípios, não conseguia deixar de acreditar nele.
Tempo passou, eu sumi da minha vida de novo. Desci fundo e adivinha qq eu encontrei lá embaixo. Tua mãe pelada. Não. Eu pelado. Sim. Sem questionar muita coisa eu fui parar numa casa espírita. Pois é. Achava que era coisa pra fracos e tolos perdidos. Caso é que eu era um fraco, tolo e perdido e nem tinha me dado conta disso achava que era o cara. O ego é algo. Fui pra lá cansado sem questionar muita coisa e encontrei algumas coisas interessantes, uma delas o silêncio, apesar dos carros passando na rua e uma britadeira na avenida que passa ali perto e mais todos os barulhos da cidade. Silêncio tem um coeficiente de reflexão maior que o do espelho. E a coisa não foi tão bonita como a minha vaidade achava. Eu não dormi mas descansei mais que se tivesse. E confortável apesar dos bancos de madeira.
Essa história vai bem mais longe. Qualquer hora eu continuo.
Take care.
Brahhhhhhhh!!!!!!!!
ResponderExcluirLembro dessa fase de cético bem... ;)
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