Já leu turma da Mônica? Tão profundo quanto Dostoievski.
Mônica: tem uma figurinha da ema (ou é avestruz?) que aparece de vez em quando, ela enfia a cabeça num buraco quando fica com medo. És familiar com esse símbolo?
Dito isso..
Já perdeu o controle alguma vez? De não saber lidar com alguma situação, tanto faz se o problema era pequeno ou grande, mas melhor se for grande, muito grande, alguma coisa muito importante em jogo e só depende de ti e tu não sabe exatamente como lidar com aquilo. Tipo Davi e Golias, tu obviamente sendo Davi.
Se tu sabe do que eu to falando (se tu sabe!), entende o que a ema tá fazendo por aqui. E se tu for realmente uma pessoa muito culta e genial, também sabe o que Dostoievski tá fazendo por aqui. Eu particularmente não sei (do Dostoievski), se tu souber me diz.
Voltando: crise:
- Opção 01: nem q tu tenha diarréia e dor de barriga mas encara ou pelo menos não foge.
- Opção 02: compra uma espingarda e um estoque do teu fermentado/destilado preferido, cava um buraco e se enfia nele esperando o apocalypse.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
sábado, 19 de setembro de 2009
Seres que vivem no reflexo da Lua.
Saco das Cobras
Num desses dias que eu gosto de ficar sozinho longe das coisas da civilização eu tava na Ferrugem (praia da) e subi no morro até o Saco das Cobras. Apesar do nome não tem cobra lá, ou muito pouca. Dá pra estacionar o carro lá em cima do morro, de um lado tem o mar e do outro tem a lagoa com a serra lá no fundo e em volta tem mato e terrenos sem nada. Era de noite, parei o carro e fiquei olhando pro mar, tinha Lua e o reflexo dela na água. Não lembro como tava o vento. Minha cabeça tava barulhenta. Fiquei esperando algum insight. Não vinha. Foi só quando eu parei de procurar ele (o insight) que ele veio, o que me deixa perplexo. Acho q foi exatamente quando parou o barulho na minha cabeça (silêncio). O reflexo da Lua fazia uma curva lá em alto mar, por causa de uma corrente que encrespava a água de um jeito, ou era vento na superfície. Mas o reflexo fazia uma curva lá, e nessa curva foi que eu vi alguma coisa, que não tinha forma mas era muito viva. Parecia uma civilização inteira, uma cidade ou alguma coisa forte acontecendo. Durou o tempo de eu me impressionar com aquilo e o barulho na minha cabeça voltar, um ou dois segundos.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Muy rico (a.k.a. estupidez humana)
Algumas pessoas confundem uma declaração de amor com um atestado de submissão, se é que tu entende o q eu digo. Isso vale pros dois papéis envolvidos na transação.
Fucking idiots, e eu não me vejo isento desse erro...
Jogar fora uma coisa q pediu à DEus, por pura vaidade orgulho e egoísmo. Cada um com suas escolhas.
Fucking idiots, e eu não me vejo isento desse erro...
Jogar fora uma coisa q pediu à DEus, por pura vaidade orgulho e egoísmo. Cada um com suas escolhas.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Um cão e seu rabo - parte 1
[2a. edição - antigo PUnheta e Deus - parte 1, título alterado e mais algumas coisas interessantes lá no final]
Quando eu tinha uns 11 ou doze anos de idade eu a cada semana mudava de idéia quanto à existência ou não de Deus. Na prática isso só significava sentir ou não culpa por bater punheta [porque esse Deus era tolamente católico], mas no meu pensamento tinha um significado maior: era a diferença entre viver sabendo que alguém maior existe - e que sabe absolutamente muito bem o que faz e cuida de mim em todos os momentos - ou que esse alguém maior não existe - e a gente é tudo abandonado à nossa própria condição, como em uma selva.
Depois minha vida virou videogame, período longo de hibernação existencial, e eu esqueci completamente essa questão de Deus. Aí acordei e vi que o mundo é amplo e cheio de pessoas e que eu não comia ninguém. Começou meu inferno astral, porque eu era anti-social e revoltado e achava todo mundo retardado mental e ao mesmo tempo minha libido era um vulcão. Foi um período cético: o universo era pré-determinado e equações resolviam a grande charada cosmica. Longa treva. Li física quântica (me pergunta qquer coisa), filosofia misturada com matemática e zen budismo e isso bateu no melão. Bastava. Eu concordava e não era cegamente, é porque era lindo e perfeito em si igual as Panicat (pelo menos na aparencia). Buda era o cara e se ele falava em reencarnação, eu, mesmo brigando contra meus princípios, não conseguia deixar de acreditar nele.
Tempo passou, eu sumi da minha vida de novo. Desci fundo e adivinha qq eu encontrei lá embaixo. Tua mãe pelada. Não. Eu pelado. Sim. Sem questionar muita coisa eu fui parar numa casa espírita. Pois é. Achava que era coisa pra fracos e tolos perdidos. Caso é que eu era um fraco, tolo e perdido e nem tinha me dado conta disso achava que era o cara. O ego é algo. Fui pra lá cansado sem questionar muita coisa e encontrei algumas coisas interessantes, uma delas o silêncio, apesar dos carros passando na rua e uma britadeira na avenida que passa ali perto e mais todos os barulhos da cidade. Silêncio tem um coeficiente de reflexão maior que o do espelho. E a coisa não foi tão bonita como a minha vaidade achava. Eu não dormi mas descansei mais que se tivesse. E confortável apesar dos bancos de madeira.
Essa história vai bem mais longe. Qualquer hora eu continuo.
Take care.
Quando eu tinha uns 11 ou doze anos de idade eu a cada semana mudava de idéia quanto à existência ou não de Deus. Na prática isso só significava sentir ou não culpa por bater punheta [porque esse Deus era tolamente católico], mas no meu pensamento tinha um significado maior: era a diferença entre viver sabendo que alguém maior existe - e que sabe absolutamente muito bem o que faz e cuida de mim em todos os momentos - ou que esse alguém maior não existe - e a gente é tudo abandonado à nossa própria condição, como em uma selva.
Depois minha vida virou videogame, período longo de hibernação existencial, e eu esqueci completamente essa questão de Deus. Aí acordei e vi que o mundo é amplo e cheio de pessoas e que eu não comia ninguém. Começou meu inferno astral, porque eu era anti-social e revoltado e achava todo mundo retardado mental e ao mesmo tempo minha libido era um vulcão. Foi um período cético: o universo era pré-determinado e equações resolviam a grande charada cosmica. Longa treva. Li física quântica (me pergunta qquer coisa), filosofia misturada com matemática e zen budismo e isso bateu no melão. Bastava. Eu concordava e não era cegamente, é porque era lindo e perfeito em si igual as Panicat (pelo menos na aparencia). Buda era o cara e se ele falava em reencarnação, eu, mesmo brigando contra meus princípios, não conseguia deixar de acreditar nele.
Tempo passou, eu sumi da minha vida de novo. Desci fundo e adivinha qq eu encontrei lá embaixo. Tua mãe pelada. Não. Eu pelado. Sim. Sem questionar muita coisa eu fui parar numa casa espírita. Pois é. Achava que era coisa pra fracos e tolos perdidos. Caso é que eu era um fraco, tolo e perdido e nem tinha me dado conta disso achava que era o cara. O ego é algo. Fui pra lá cansado sem questionar muita coisa e encontrei algumas coisas interessantes, uma delas o silêncio, apesar dos carros passando na rua e uma britadeira na avenida que passa ali perto e mais todos os barulhos da cidade. Silêncio tem um coeficiente de reflexão maior que o do espelho. E a coisa não foi tão bonita como a minha vaidade achava. Eu não dormi mas descansei mais que se tivesse. E confortável apesar dos bancos de madeira.
Essa história vai bem mais longe. Qualquer hora eu continuo.
Take care.
sábado, 5 de setembro de 2009
Carlitos te ouve
Mas tens algo a dizer pra ele?
Eu particularmente jamais seria capaz de protagonizar a cena acima, não dessa forma tão convincente. Conversar de igual pra igual com Carlos Drummond de Andrade não é pra qualquer um. Observa: Carlitos ouve com atenção, e parece muito interessado. Que inveja ser ouvido desse jeito por um cara desses.
O cidadão com a sacolinha ali na foto não é do tipo que costuma ter finanças que garantam mais que um dia de sua alimentação e, no entanto...
Deus foi bem claro nessa aí.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Aborrescência
Diz a lenda que Kurt (Cobain, do Nirvana) tá agonizando no lugar mais escuro da umbra [umbra = sombra], junto com alguns outros que abandonaram o Sol. Consta que não tem nada que possa ser dito pra ele, porque a consciência inexpressivelmente pesada dele faz barulho demais pra que ele consiga ouvir qualquer coisa de fora, além de não deixar ele dormir. Ruído ensurdecedor. Nesse raciocínio, só ele pode se retirar do inferno, quando ele se arrepender da merda que fez. E o fato de ele ter perdido o rosto dele com o tiro de uma espingarda calibre .12 disparada por ele mesmo só torna pior a estada por lá, mesmo porque é uma ferida que não fecha e dói pra cacete. Mas a culpa por ter sido o responsável pela sua própria morte dói mais, muito muito mais. "Take a rest, as a friend, as an old memory." - da letra de Come As You Are.
Segue aqui uma espécie de tradução/interpretação (observe que é interpretado) de Smells Like Teen Spirit - um retrato do adolescente confuso - em homenagem à essa figurinha. Colocaram o refrão dessa música como representante dos anos 90 numa propaganda da Pop Rock. Tenta ouvir com desprendimento a voz e os gritos dele, mesmo que tu não entenda a letra. É mais assustador q a Samara daqueles filme de terror.
[ed. 20/09/2009 -> COLOQUEI A INTERPRETAÇÃO COMO COMENTÁRIO NESSE POST. O pessoal se assusta e não lê nada qdo tem muita linha. Respeitável, o mundo hoje gira mto rápido ninguém tem mto tempo pra o que não for entretenimento puro ou carreira]
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Leck mich im Arsch
O imperador da Áustria (ou seria o rei de Viena?) descobre que o Mozart tá fazendo uma versão própria pra ópera "O Casamento de Fígaro". Essa ópera era proibida. O imperador, junto com seu fiel conselho - do qual alguns membros queriam a caveira do Mozart - chama Mozart pra um bate-papo. "Mozart, tu sabia que essa ópera é proibida aqui na Áustria [ou era só em Viena?]? Tu sabe que eu so um cara muito liberal [verdade]... Mas o Casamento de Fígaro é uma história que incita a discórdia entre as classes, especialmente da classe operária. Não é à toa que eu bani ela por aqui. O que tu tem pra me dizer?". Mozart fica desconcertado - mesmo porque esse era um trabalho que ele vinha fazendo em segredo, o imperador [ou rei] n tinha como saber - e depois de um bocado de discussão, ele diz: "então tá! Deixa só eu te explicar o primeiro ato, só a primeira cena na verdade. E tu me diz o que tu acha. Se tu não gostar, eu desisto.". "Muito bem!", diz o imperador, "me conta então.". E o Mozart começa: "bom, a primeira cena da peça começa com um servo, ajoelhado no chão.", o imperador arregala os olhos, porque é exatamente disso que ele tá falando, e o Mozart continua: "sabe o que ele ta fazendo, Sua Majestade?! Tu tem idéia do que esse servo tá fazendo ajoelhado no chão???", "não...", responde Sua Majestade já esperando alguma das irreverências do Mozart, e ele responde: "ELE TÁ MEDINDO UM ESPAÇO!, O CHÃO DA CASA DELE! PRA BOTAR UMA CAMA!". Cena seguinte: Mozart ensaiando a ópera no teatro Real.
Nessa mesma cena, a que eu descrevi acima, tem outra coisa genial. Um dos conselheiros do imperador, um mais ponderado e que não odeia o Mozart, pergunta: "por que diabos tu quer escrever peças do povo e dessas coisas tão pequenas? Por que tu não escreve peças de histórias grandiosas, dos deuses e conquistadores?". "É porque eles são tão pomposos que parece que cagam mármore. AHAHAHAHAHA", dando uma gargalhada muito aguda e peculiar e debochada, muito debochada. Todo mundo arregala os olhos. "Sua Excelência, eu sou um homem vulgar... Mas eu te garanto que a minha música não é..."
*Leck mich im Arsch - Lick me in the arse, canon escrito pelo nosso querido protagonista da cena acima descrita, feito em homenagem à um arcebispo de uma cidade que não lembro o nome que tinha ele contratado e não deixava ele ir embora e só reclamava dele.
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